
A Origem do Rosário: Uma Oração de Rosas Celestiais
Maio é o mês da Santíssima Virgem, tempo propício para conhecermos a Origem do Rosário: Uma Oração de Rosas Celestiais, com fundamento na tradição desta Santa Devoção. O Rosário é considerado oração universal, cujo nome encerra um belo significado: “Coroa de Rosas”.
Foi Alano de la Roche quem atribuiu esse nome simbólico ao Rosário. Ao recitá-lo adequadamente, coroamos as cabeças de Jesus e de Maria com uma coroa composta por 153 rosas brancas e 16 rosas vermelhas.
Segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, em sua obra “O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário”, a própria Virgem Maria aprovou e confirmou o nome. Cada Ave Maria recitada é uma rosa agradável ofertada em sua honra, e cada Rosário completo forma uma magnífica coroa de rosas.
A História do Rosário
Uma crônica atribuída a São Francisco relata a história de um jovem religioso que tinha o hábito louvável de rezar a coroa de Nossa Senhora antes de sua refeição. Certo dia, ele falhou em realizar sua oração e, ao horário do jantar, pediu permissão ao superior para recitá-la antes de se sentar à mesa. Com a permissão concedida, retirou-se para sua cela, onde demorou a voltar.
Preocupado, o superior enviou outros religiosos para verificar o que havia acontecido, mas também eles não retornaram. Intrigado, o superior foi ele mesmo investigar e, ao se aproximar do quarto do jovem, foi surpreendido por uma intensa luz.
Lá dentro, viu a Virgem Maria acompanhada de dois anjos. Observando enquanto cada Ave Maria proferida pelo jovem se transformava em uma linda rosa, que os anjos prontamente colocavam sobre a cabeça de Maria, sob sua aprovação complacente.
A cena continuou até que a coroa estivesse completa, um testemunho místico da beleza e do poder dessa oração.
“O Rosário constitui-se de duas coisas: oração mental e oração vocal. No Rosário, a oração mental não é senão a meditação nos principais mistérios da vida, morte e glória de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe. A oração vocal consiste em se rezar quinze dezenas da Ave-Maria, cada uma delas encabelada por um Pai-Nosso, enquanto meditamos e contemplamos as quinze principais virtudes praticadas por Jesus e Maria nos quinze mistérios do Rosário.
MONTFORT, Luis Maria Grignion de, “O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário” Minha Biblioteca Católica, 2019, p. 29
“A meditação movibiliza o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Essa mobilização é necessária para aprofundar as convicções de fé, suscitar a conversão do coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo. A oração cristã procura meditar de preferência “os mistérios de Cristo”, como na “lectio” (leitura) divina ou no Rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, a oração cristã deve no entanto, procurar ir mais longe: até o conhecimento de amor do Senhor Jesus, à união com Ele.
Catecismo da Igreja Católica, 2708
Observe que a pratica de meditar o Santo Rosário, é uma meditação ativa, ou seja, contemplativa. Tratarei desta forma de oração em outra ocasião.
Uma Grande Coroa de Rosas
São Luís Maria também nos diz que o Rosário é uma “grande coroa”, e o terço, um “diadema”, uma tiara preciosa de rosas que adornam as cabeças de Jesus e de sua Mãe Maria. A origem exata da prática da meditação do Rosário é desconhecida pela Igreja, pois sabe-se que era comum entre os fiéis simples e analfabetos. Originalmente, esses fiéis recitavam os 150 salmos de Davi, em latim. No entanto, como o latim era uma língua acessível somente aos eruditos, a Igreja propôs que os mais simples recitassem a Ave Maria 150 vezes. Para auxiliar na contagem, era comum o uso de sementes, pedrinhas ou pequenos ossos amarrados em cordões.
O Rosário, uma sólida devoção histórica
Uma sólida tradição, cada vez mais comprovada pelos estudiosos, e certificada por muitos Sumos Pontífices. Incluída no mesmo Breviário Romano, atribui a ideia fundamental do Santo Rosário a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores.

Muitos biógrafos contemporâneos do santo, afirmam que em suas pregações, era comum alternar com os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo com a recitação de uma série de Ave-Maria. Assim, assegurar a intercessão da Virgem, e garantir a eficácia de sua pregação.
Esta foi a semeadura do Santo Rosário, para mais tarde, com Alano de la Roche (1475), estruturar a devoção com a forma atual como a conhecemos, invariável até hoje.
Contudo, o Rosário se estabelece como uma ponte entre o divino e o cotidiano, uma forma de oração que, através de sua simplicidade e beleza, une o céu e a terra.
A Igreja não possui registros de quando começou a prática da meditação do Rosário. Sabe-se que era comum entre os analfabetos, pessoas simples sem estudos. Na época, havia a prática da recitação dos 150 salmos de Davi, em latim.
Como o latim era uma língua culta da época, somente os estudados possuíam esta habilidade, a Igreja sugeriu que os mais simples recitassem a Ave Maria 150 vezes, e como auxílio para a contagem, poderiam utilizar sementes, pedrinhas ou pequenos ossos amarrados em cordões.
Referências Bibliográficas:
- Grignion de Montfort, São Luís Maria (1673 – 1716) “O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário, Campinas, SP: Ecclesiae, 2020
- Grignion de Montfort, São Luís Maria (1673 – 1716) “O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário, Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2019
- Royo Marin, Antonio, “A Virgem Maria” Anápolis, GO: Magnificat, 2020
- Catecismo da Igreja Católica, São Paulo, SP: Edições Loyola, 2011